Em janeiro, é comemorado nacionalmente o mês da visibilidade trans. Nas empresas, essa deve ser uma pauta importante a ser trabalhada, uma vez que trata-se de uma das populações mais marginalizadas do mundo. Estima-se que cerca de 90% das mulheres trans e travestis estão na prostituição devido à falta de oportunidades desde o período escolar.

Pessoas com essas narrativas são afastadas do colégio por diversos motivos, desde a recusa ao utilizar o nome social até a dificuldade em usar o banheiro correto. Além disso, o Brasil é o país que mais mata mulheres trans e travestis, sendo o detentor de 40% dos números mundiais.

Todo esse cenário faz com que a pauta seja urgentemente debatida nas organizações. Neste material, a gente explica um pouco mais sobre o período, além de trazer dicas de como a sua empresa pode atuar para fazer a diferença nesse contexto. Confira!

Mês da visibilidade trans

Em 2004, no dia 29 de janeiro, homens e mulheres transexuais organizaram uma marcha em Brasília, cujas pautas exigiam respeito a essa população. Devido a esse evento, a data e o mês se tornaram símbolo para a visibilidade trans no país.

Conforme mencionamos, o Brasil sofre bastante com a transfobia. De acordo com dados da Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, o número de assassinatos dessa população é o maior do mundo. Também deve-se destacar um outro fator preocupante: a saúde emocional dessas pessoas. Em 2020, o número de suicídio de pessoas trans e travestis cresceu significativamente em todo o país.

De acordo com Maite Schneider, cofundadora da TransEmpregos, em entrevista para o portal VocêRH, "vivemos em um mundo de 8 milhões de pessoas e ninguém é igual. Se a diversidade é a nossa maior igualdade, por que ter medo do que somos? Precisamos fazer parte dessa construção”, afirma.

Outros dados

Ainda de acordo com a ANTRA, o índice de evasão escolar é de 82%. A maioria dessas pessoas é formada por mulheres trans e travestis da faixa dos 13 anos. Estima-se, ainda, que 56% delas não terminam sequer o ensino fundamental, enquanto 72% das que prosseguem não conseguem concluir o ensino médio. Quando analisamos números de universidades, o dado é ainda mais alarmante: apenas 0,02% estão nas faculdades.

Inclusão trans nas empresas: o que tem sido feito?

Grandes empresas já se preocupam com a temática. O Grupo Carrefour Brasil, por exemplo, lançou a plataforma TRANSforma, projeto feito em parceria com a Alicerce Educação e a Casa Neon. Essa ação tem como intuito fornecer capacitação para pessoas trans em aspectos técnicos e emocionais, contribuindo para que elas possam conquistar boas oportunidades de emprego.

A Ford é um outro exemplo de empresa que tem levantado a temática. Em 2017, foi criado um comitê para discussões sobre assuntos de diversidade, de modo que haja ações afirmativas de inclusão de pessoas de diferentes narrativas e que são historicamente marginalizadas.

Há, ainda, um projeto de lei na Câmara dos Deputados que institui obrigatoriedade de empresas terem em seu quadro de colaboradores pelo menos 3% de pessoas trans. Dessa forma, aumentam as chances de essa população conquistar oportunidades em diferentes organizações.

E a sua empresa, o que tem feito para dar mais oportunidades para as pessoas trans? Neste mês da visibilidade trans e travestis, continue no blog e acompanhe um outro material que produzimos que aborda mais detalhes sobre a inclusão trans nas organizações.