Em uma equipe de trabalho, é importante reconhecer quando seus liderados ou lideradas estão acumulando lixo emocional. De acordo com Heloísa Capelas, autora do livro "Inovação Emocional", trata-se de todo aquele sentimento que não foi processado pela pessoa. Consequentemente, vai interferir nas relações interpessoais e na satisfação do(a) colaborador(a) com o espaço de trabalho, o que poderia culminar em absenteísmo, baixa retenção de talentos e prejuízos ao clima organizacional.

Neste material, a gente explica um pouco mais sobre o significado desse conceito, além de apresentar como é possível evitar o lixo emocional em sua equipe. Confira!

O que é lixo emocional ?

Empatia. Esse é um importante conceito que deve ser entendido por toda liderança. Trata-se da capacidade de se colocar no lugar do próximo e entender quais são as dificuldades que ele enfrenta, desafios, entre outros pontos de sua realidade.

No ambiente corporativo (e em qualquer outro espaço, mas aqui vamos focar na realidade das organizações), quando há o acúmulo de sentimentos negativos — como angústia, raiva, medo, entre outros — e que sejam carregados para "fora" do horário de trabalho — finais de semana ou períodos noturnos — existe a possibilidade de gerar lixo emocional, o que afetaria todas as relações interpessoais no âmbito do trabalho.

Especialmente em um período em que grande parte das empresas ainda operam remotamente — e com chances de continuar com esse modelo de trabalho depois que a pandemia estiver com números brandos —, não é incomum que as pessoas estejam com alguns desses sentimentos acumulados. Por essa razão, é importante a proximidade da liderança para identificar quando isso ocorre e traçar planos de ação para melhorar o sentimento da pessoa em relação ao seu trabalho e às demandas exercidas.

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Como as lideranças podem evitar o lixo emocional de sua equipe?

A seguir, selecionamos algumas dicas de como as lideranças podem evitar o lixo emocional de sua equipe. Confira!

Reuniões de one-on-one

Reuniões de one-on-one são encontros periódicos entre lideranças, liderados e lideradas que contribuem para que a pessoa colaboradora sinta que a empresa se preocupa com ela tanto na questão pessoal quanto na profissional.

Em seu livro The Hard Thing About Hard Things, Ben Horowitz destaca que “na ausência de uma arquitetura de comunicação bem projetada, informações e ideias irão estagnar e sua empresa irá se degenerar e se transformar em um lugar ruim para trabalhar [se não houver 1:1s]”.

O autor ainda afirma que certas informações só acabam sendo transmitidas em um ambiente seguro e privado entre a gestão e a pessoa liderada, o que contribui para que a liderança identifique pontos de atenção e possa agir proativamente em vez de ações reativas.

Nesse sentido, há a oportunidade de identificar quando há um acúmulo de sentimentos negativos, se aquela pessoa está com algum receio, angústia ou uma visão negativa em relação ao trabalho como um todo. Por essa razão, é importante que esse seja um momento exclusivo desse(a) profissional, que ele(a) crie as pautas da reunião e traga suas percepções sobre os mais diferentes aspectos de sua experiência.

Sentimentos

Hoje, existem ferramentas que contribuem para que a pessoa liderada possa responder os seus sentimentos em relação àquela semana de trabalho. Tratam-se de pesquisas semanais baseadas em emojis que permitem às lideranças entender como  o seu time se sente — gerando insights práticos sobre o que pode ser feito para melhorar.

Nessa ferramenta, a pessoa tem a possibilidade de marcar o que não foi tão legal durante aquele período. Se ela registrou problemas pessoais ou pressão excessiva, essas pautas podem ser levantadas em uma reunião de one-on-one, trazendo mais proximidade entre gestão e equipe e possibilitando um panorama de seu time como um todo.

Dessa forma, lideranças podem se tornar melhores líderes e agirem rapidamente com base nos insights gerados pelas pesquisas, o que contribui para a construção de um melhor espaço para trabalhar e para trazer um sentimento de motivação para toda a equipe.

Reflexões

Por fim, durante as diferentes interações da liderança com as pessoas lideradas, é importante que estimule reflexões caso identifique que há sentimentos negativos sendo acumulados por parte do colaborador ou da colaboradora.

É necessário que a gestão entenda, por exemplo, como aquela pessoa expõe seus pensamentos, se há algum momento em que ela expressa raiva, medo ou alegria e de que forma é possível aprimorar algumas questões do dia a dia — a própria abertura nas reuniões de one-on-one, por exemplo. Tudo isso vai contribuir para que o(a) profissional se posicione mais e não leve para outros espaços (mais voltados pros pessoais) os problemas enfrentados no dia a dia de trabalho.

Neste conteúdo, você pôde entender o que é o lixo emocional, quais são os riscos de ele ficar acumulado em uma equipe de trabalho e dicas para que a sua equipe não enfrente esse problema. Como vimos, existem ferramentas e soluções que impactam positivamente a área sem que, para isso, a gestão precise ser invasiva.

Além disso, o reconhecimento também pode funcionar como um importante aliado para que a equipe esteja mais engajada. Se você deseja saber mais sobre o tema, continue no blog e acompanhe um outro conteúdo que elaboramos!