De acordo com o Panorama de RH do Brasil de 2018, 77% das empresas contam com valores e/ou um código de cultura divulgado por escrito em suas respectivas empresas. Porém, é difícil encontrar clareza quando queremos saber sobre o significado de cultura.

Além disso, é importante entendermos que existem diferentes componentes de uma cultura — e o ritual organizacional é um deles. Muitas vezes, podem existir rituais de forma espontânea, sem haver um planejamento ou um objetivo pré-estabelecido pela equipe.

Neste material, a gente aborda um pouco mais sobre o tema. Confira!

O que é cultura organizacional?

Primeiro, é importante entendermos do que se trata a cultura organizacional, mesmo sendo uma definição mais complexa de chegar a um consenso.

Quando pegamos definições de diferentes estudiosos, encontramos alguns outros tópicos:

“Os valores e os comportamentos do dia a dia de cada membro do time em busca da missão da empresa”

Tony Lin, sócio da Sequoia Capital

“Um padrão de premissas aprendidas por um grupo”

Edgar Schein, acadêmico do MIT

“As crenças e ideias que uma empresa tem e a forma com que afetam como a empresa faz negócios e como seus colaboradores se comportam”

Dicionário Cambridge de Negócios

“A história coletiva que um grupo conta a si mesmo… e que direciona pensamentos e comportamentos”

Charles Jacobs

Na Qulture, gostamos da seguinte definição:

Cultura organizacional é a forma com que as pessoas se comportam em uma empresa, em função de seus valores (pessoais e coletivos), rituais, artefatos, incentivos, exemplos e histórias. Os valores da organização determinam seus exemplos, seus rituais, seus incentivos e seus artefatos. Esses, por sua vez, determinam e reforçam os comportamentos dos seus membros.

O que são rituais organizacionais?

Como vimos, cultura é a forma como as pessoas se comportam em uma empresa em função de vários aspectos, inclusive dos rituais. Mas o que são os rituais organizacionais? São eventos de um negócio, como reuniões periódicas, cafés da manhã com o CEO/presidente, premiações, entre outros tópicos.

Mais acima, mencionamos que é comum que as empresas tenham rituais de forma espontânea. Um encontro de integração surgido para aproximar mais o time, por exemplo, pode se tornar um ritual quando feito de forma periódica, da mesma forma que as reuniões de one-on-one entre lideranças, liderados e lideradas reforçam valores e comportamentos do grupo.

Exemplo Google

Quando pegamos alguns exemplos mais conhecidos, podemos observar alguns rituais do Google. Na gigante global, que dispensa apresentações, acontecem as TGIFs. Essa sigla quer dizer thank god it’s friday. Tratam-se de eventos que reúnem todas as pessoas que desejam participar, seja físico, seja remoto.

Nesse momento, são feitos anúncios importantes do negócio, discutem-se prioridades, além de trazer a oportunidade para que a empresa como um todo possa fazer perguntas à liderança do Google, sem censura.

Esse tipo de encontro é um ritual poderoso, pois reforça a crença de que a liderança é transparente. Nesse sentido, todas as pessoas colaboradoras têm acesso máximo a todas as informações da organização, empoderando-as a tomar decisões mais conscientes.

Rituais de reconhecimento: por que implementar?

Neste material, gostaríamos de reforçar um ritual em específico: o de reconhecimento. Esse tipo de prática deve ser uma prioridade na empresa, justamente pela importância nos resultados e na rotina de uma empresa. Segundo uma pesquisa da SHRM/Globoforce, de 2015, programa de reconhecimento ao colaborador baseado nos valores da organização contribuem significativamente para os resultados do negócio.

Esses programas contribuem também para criar um ambiente de trabalho mais humano e com uma cultura corporativa forte. Além disso, esse mesmo levantamento apontou que:

  • organizações com programas de reconhecimento eficiente têm 31% menos demissões voluntárias;
  • organizações com práticas mais sofisticadas de reconhecimento têm 12 vezes mais chances de obterem melhores resultados;
  • grandes empresas investem em média 1% da sua folha de pagamento para o reconhecimento das pessoas.

Rituais de reconhecimento

Por essa razão, é essencial implementar rituais de reconhecimento no negócio. Quando a empresa se preocupa com essa prática, consequentemente afasta o caráter funcional da atuação da pessoa colaboradora. A partir disso, oferece mais destaque ao "modelo" de trabalho, de modo que os comportamentos são reforçados — contribuindo para que outras pessoas também sejam estimuladas a reforçarem esse tipo de ação.

Logo, surge um "efeito dominó" positivo. Outros(as) membros da equipe vão buscar por atitudes e práticas para aperfeiçoarem as execuções de suas demandas. Afinal, sabem que um bom papel é reconhecido no negócio. Logo, os resultados tendem a ser aperfeiçoados, sendo esse um diferencial competitivo da empresa.

Neste conteúdo, você pôde entender um pouco mais sobre os rituais organizacionais, além de ficar por dentro de como o reconhecimento deve ser um ritual de praxe na realidade da organização. 

Como vimos, o reconhecimento traz resultados e gera engajamento. Se ainda não há nenhuma prática como essa na sua empresa, é o momento de entender quais são os rituais que melhor se encaixam na realidade de seu negócio e combina com o perfil das pessoas colaboradoras.

Se você gostou deste material e deseja conferir outras dicas para a motivação da equipe, continue no blog e acompanhe um outro conteúdo que elaboramos sobre o tema!