28 de junho é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Durante todo o mês, manifestações em defesa à causa são realizadas por grande parte das empresas, prefeituras e ONGs destinadas aos direitos humanos do público. Nesse sentido, é um diferencial para as empresas buscarem continuamente ações que as façam se posicionar sobre o tema, mas essa é uma preocupação que deve ser mantida durante todo o ano, não apenas no mês de junho.

Neste material, a gente explica um pouco mais sobre a origem da data, além de trazer algumas dicas práticas de ações que podem ser efetuadas pelas empresas na data. Continue a leitura e saiba mais!

A origem do Dia Internacional do Orgulho LGBT

A origem do Dia Internacional do Orgulho LGBT remete à repressão policial acometida a um grupo na cidade de Nova York, nos EUA. Naquele ano, amigos estavam reunidos no bar Stonewall Inn, quando uma batida policial repreendeu clientes com a justificativa de que eles praticavam "conduto imoral". Ações como essas não eram novidade em relação aos LGBTs, que constantemente eram atacadas — um modo encontrado pelas autoridades daquela época para coagir a comunidade LGBT.

Porém, naquela madrugada em específico, houve reação por parte do público que frequentava o bar. Contou com o apoio de pessoas da própria comunidade e de simpatizantes, formando uma multidão fora do local a favor da Rebelião de Stonewall. Essa mobilização ainda durou por duas noites.

A partir de então, vários protestos em distintas regiões dos EUA foram organizados a favor da comunidade. No ano seguinte, em homenagem à data, foi organizada a primeira parada do orgulho LGBT. Desde então, vários países de diversas regiões do mundo também celebram a data, como forma de relembrar a ocasião e exigir respeito a pessoas de diferentes narrativas.

Brasil

No Brasil, a primeira manifestação só foi ocorrer anos mais tarde, em 1995. Naquele ano, na cidade do Rio de Janeiro, ocorria a 17ª Conferência da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex. Ao final desse encontro, uma pequena marcha em Copacabana simbolizou o início dos atos no país.

Já no ano seguinte, em 1996, também houve uma pequena manifestação na cidade de São Paulo. Porém, apenas em 1997 ocorreu a primeira parada do orgulho LGBT, que dura até os dias atuais — nos últimos dois anos, realizada com uma série de eventos online devido à pandemia da Covid-19.

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Quais ações podem ser feitas em sua empresa para celebrar o dia?

Antes de mais nada, é importante frisar que essa é uma data que celebra algumas das conquistas da comunidade LGBT. Porém, as empresas não devem se restringir ao mês de junho para promover ações e inclusão dentro das organizações.

Essa deve ser uma preocupação durante os 365 dias do ano, uma vez que ainda há discriminação dos profissionais e poucas oportunidades para algumas siglas — de acordo com o ANTRA, 90% das travestis e transexuais estão na prostituição, o que reforça a importância de trazer essas pessoas para os espaços frequentados por profissionais cis e heteros.

A seguir, trouxemos alguns exemplos de ações que podem ser feitas na empresa. Confira!

Workshop sobre comunicação inclusiva

Ao abordarmos sobre inclusão LGBT, diversos aspectos da experiência de uma pessoa devem ser considerados dentro da empresa. A comunicação é uma delas — é essencial que ela seja inclusiva. Por essa razão, a gestão tem a oportunidade de promover workshop que aborda técnicas sobre o tema: explique o que é, como trabalhar a comunicação, como ter empatia e respeito com pessoas que tenham diferentes vivências.

Ao contratar pessoas trans, a linguagem deve ser inclusiva — ou seja, o uso de pronomes deve levar em consideração a identidade de gênero do colaborador ou colaboradora.

Treinamentos sobre comportamentos não tolerados

Existem comportamentos que são inadmissíveis no dia a dia da empresa. Essas atitudes podem contribuir para promover um ambiente que seja violento e inseguro para as pessoas da comunidade LGBT. Nesse sentido, o primeiro passo é promover uma política documentada, onde as pessoas terão acesso ao que é ou não permitido na rotina de suas demandas.

Além disso, é necessário promover treinamentos para que elas entendam sobre esses tópicos, sensibilizando-as sobre os impactos que determinadas atitudes podem causar nessas profissionais. Exemplo de pautas:

  1. Como evitar vieses da linguagem oral, gestual ou escrita;
  2. Como criar ambientes mais inclusivos e seguros.

Doações para ONGs

Especialmente grandes empresas que tenham influência com outras marcas, indicamos que use a sua referência para conseguir doações para ONGs voltadas especificamente para trazer melhorias para as vivências de pessoas LGBTs.

Existem trabalhos incríveis que vão desde oferecer mais oportunidades de emprego para pessoas transexuais até a oferecerem educação de qualidade para que elas possam conquistar uma vaga no vestibular.

Entenda quais são aquelas que mais se destacam em sua região, conheça a realidade de cada uma e as necessidades envolvidas para que consigam seguir em frente com esses projetos — que tanto fazem diferença!

Incentivar a formação de um comitê de diversidade

Conforme mencionamos, é importante que as empresas se preocupem em fazer ações e incluir pessoas LGBT durante todos os meses do ano, e não apenas em um período específico. Por essa razão, um comitê de diversidade contribuirá para entender quais são as demandas da empresa, elaborar projetos de inclusão e promover eventos que possam conscientizar a organização como um todo.

Como é a representatividade LGBTQIA+ na Qulture?

Na Qulture, há uma preocupação contínua com a representatividade LGBTQIA+. Além de termos um comitê de diversidade, com um squad específico para discutir ações voltadas para esse nicho, há uma atenção especial para a forma com que as pessoas são, de fato, representadas dentro da empresa.

Jéssica Baesso, coordenadora da área de Strategy & Sales Operations, ressalta sobre a importância de um negócio ter lideranças que se sentem à vontade para serem quem são: “apenas 1 a cada 3 gestores homossexuais não escondem sua orientação sexual no espaço de trabalho. Para reverter esse número, é mais do que simplesmente aumentar o conforto desses líderes para serem quem são, mas também uma forma de mostrar ao time que a empresa é um lugar seguro para serem quem são”, afirma.

Túlio Pagnan, Branding Experience Leader, oferece dicas para uma liderança de equipe diversa: “para liderar uma equipe diversa, não é preciso ser LGBT+. Mas sim entender que aspirações e inseguranças de seus liderados são atravessadas por questões sociais maiores e anteriores”.

Não apenas com lideranças que deve haver a preocupação do negócio, mas da empresa como um todo. Danúbia Vilar, designer no time de Marketing, declara: “jogar junto é jogar com todas. Construir uma cultura sólida de diversidade demanda ir além do óbvio e abraçar todas as vivências, e não apenas uma ou outra letra da sigla LGBTQIA+”.

Laura Miciato, estagiária de Marketing, completa: “diversidade e inclusão são atacantes do mesmo time. A estratégia principal para um time não é apenas ter a diversidade, mas sim chamar para jogar e ensinar como se joga”.

Sobre diversidade e inclusão, Renan Araújo, Content Team Leader, afirma: “diversidade é você se preocupar em contratar pessoas de diferentes vivências. Inclusão é oferecer a elas as mesmas oportunidades — e sem nenhum tipo de discriminação”.

Por fim, Caio Uchoa, Business Developmente Representative, afirma: “tudo começa pelo convívio. Não é possível abraçar as vivências trans e travesti sem conviver com elas. O primeiro passo para se aliar à causa é criar proximidade, contratando essas pessoas”, declara.

Neste conteúdo, a gente pôde entender um pouco mais sobre a origem do Dia Internacional do Orgulho LGBT e algumas ações que podem ser adotadas no dia a dia das organizações. Para entender como a sua empresa caminha nesse aspecto (diversidade e inclusão), é importante implementar pesquisas que possam medir a percepção de colaboradores e colaboradoras sobre o assunto, e formular ações que possam aperfeiçoar as demandas, conforme o diagnóstico analisado.

Ao longo do material, mencionamos algumas vezes sobre a diferença existente entre diversidade e inclusão. Se você deseja se aprofundar no assunto, continue no blog e acompanhe outro material sobre o tema, no qual explicamos detalhadamente as distinções. Até a próxima!