Como sabemos, a rotina das organizações mudou bastante a partir de março de 2020. Dois anos atrás, empresas dos mais variados portes e nichos de atuação decretaram o home office para atender às exigências dos decretos municipais e estaduais, uma vez que o isolamento social era a única forma de impedir a disseminação do Sars-Cov-2, o vírus que ocasiona a Covid-19.

Na semana dedicada às mulheres, não podemos deixar de lado uma situação decorrente de todo esse contexto: a situação das mulheres no mercado de trabalho e o home office. Neste material, a gente apresenta um panorama sobre o tema. Confira!

Mercado de trabalho

De acordo com o Relatório Especial Covid-19 número 9 elaborado pela Comissão Econômica para a América Latine e o Caribe (CEPAL), a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho em 2020 foi de 46%, enquanto a dos homens foi de 69%. No ano anterior, a de mulheres estava na faixa de 52% e dos homens de 73,6%.

Esse estudo demonstrou que, em 2020, registrou-se uma saída contínua de mulheres da força de trabalho, uma vez que elas assumiram demandas de cuidados em seus domicílios — e não retornaram para a busca de um emprego. Quando o CEPAL faz um panorama da América Latina sobre a situação de pobreza, o cenário em 2020 foi de 118 milhões de mulheres nessa faixa — 23 milhões a mais do que em 2019.

De acordo com a PNAD Contínua, entre 2019 e 2020 o Brasil registrou uma queda de 10% no número de mulheres empregadas. Quando analisamos os números absolutos, podemos perceber a gravidade da situação: foi uma queda de mais de 4 milhões de mulheres ocupadas. Apesar de o impacto ter sido para a população de modo geral, a queda de homens ocupados estava na faixa dos 7,9%, o que demonstra um valor mais alto para o gênero feminino.

Motivos para estar fora do mercado de trabalho

Quando analisamos os motivos de as mulheres estarem fora do mercado de trabalho, encontramos fatores bem distintos entre os sexos. 26% das mulheres afirmam como motivação os afazeres domésticos e os cuidados de outras pessoas (filhos, por exemplo), enquanto esse número para homens é de 2%.

Mais vagas para eles, menos vagas

Quanto ao emprego formal, de acordo com o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), enquanto em 2020 230 mil vagas foi o saldo positivo no número de vagas para homens, as mulheres perderam 87,6 mil.

De abril a dezembro de 2020, o saldo para os homens ficou positivo em 168 mil. Para as mulheres, ficou negativo em 94,9 mil. 

Emocional

Deve-se destacar não apenas o mercado de trabalho, como o emocional das mulheres durante a pandemia. Segundo um estudo realizado pela ONG Kaiser Family Foundation, dos Estados Unidos, mulheres se sentem emocionalmente mais abaladas do que os homens. No levantamento, foi constatado que 53% delas responderam que o estresse e a preocupação aumentaram durante esse período, enquanto, para os homens, o valor foi de 37%.

Naturalmente, esse tipo de consequência afeta nas relações interpessoais e de trabalho. Mesmo com o retorno ao presencial e/ou híbrido, as empresas devem levar em consideração diversos contextos quanto às mulheres que ainda estejam operando remotamente, uma vez que o trabalho como um todo pode ser afetado pelos mais diversos motivos — o que tornam as rotinas flexíveis essenciais.

Como podemos ver, a relação entre mulheres, mercado de trabalho e Covid-19 foi preocupante. Nas organizações, existe a necessidade de entender esses pontos como forma de elaborar estratégias de diversidade e inclusão.

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