Já ouviu falar sobre o termo lifelong learning? Também conhecido como aprendizado contínuo, pode ser traduzido de forma literal como "aprendizado ao longo da vida", conceito considerado uma das principais tendências de RH para o próximo ano.

Grandes empresas que dispensam apresentações — Google e Microsoft, por exemplo — já perceberam a importância de desenvolver uma cultura como essa para alcançarem posições mais competitivas e estratégicas no mercado.

Para isso, já contam com um setor próprio de Treinamento & Desenvolvimento, estão por dentro das tendências de educação e também contam com parcerias que auxiliam nesse processo.

Saiba mais sobre o assunto e como fortalecer esse conceito na sua empresa!

O que é o lifelong learning?

Criado pela UNESCO em 1996, o conceito de lifelong learning pode ser traduzido como “aprendizado ao longo da vida” ou “aprendizado contínuo”. Seu objetivo é justamente estimular a continuidade da aprendizagem por parte de seus colaboradores e colaboradoras.

Diferentemente do que se imagina, o lifelong learning não diz respeito apenas a treinamentos formais. Em 1990, os professores Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo desenvolveram uma metodologia de aprendizagem denominada 70:20:10.

Trata-se de um estudo que combina percentualmente três formas de aprendizado por parte de uma pessoa:

  • experiência própria, que deve corresponder a 70% dos esforços de aprendizagem;
  • aprendizado com outras pessoas, que deve corresponder a 20%; e,
  • aprendizado com cursos, que deve ser 10% do esforço.

Saber que existem diferentes formas de aprender dá um outro sentido ao lifelong learning, que mostra como diferentes ações do dia a dia permitem o desenvolvimento de novas habilidades.

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Pilares do lifelong learning

O conceito é dividido em quatro pilares de aprendizagem: conhecer, fazer, conviver e ser. Explicamos mais detalhadamente a seguir.

1. Aprender a conhecer

É o desenvolvimento da curiosidade intelectual, da autonomia no aprendizado e da capacidade de aprender a aprender. Vai além de decorar conteúdos — envolve compreender, analisar, pesquisar, pensar criticamente.

No ambiente corporativo:

Empresas valorizam profissionais que buscam novos conhecimentos de forma contínua e conseguem lidar com a complexidade.

Exemplo:

Uma pessoa da área de marketing que, ao perceber mudanças no algoritmo do Google, busca cursos e artigos sobre SEO, atualiza suas estratégias e compartilha os aprendizados com o time. Ela não espera que alguém ensine, mas vai atrás — e isso a diferencia.

Como estimular:

  • acesso a plataformas de educação como a Learning.Rocks;
  • criação de trilhas de aprendizagem personalizadas;
  • estímulo à leitura, à curiosidade e ao pensamento crítico.

2. Aprender a fazer

Trata do saber aplicar o conhecimento na prática. Envolve habilidades técnicas de cada área, mas também comportamentais, como colaboração, criatividade e resolução de problemas.

No ambiente corporativo:

É o famoso “mão na massa”. Ter teoria é importante, mas é a prática que gera resultado.

Exemplo:

No onboarding de novas lideranças, uma empresa cria um desafio prático: conduzir uma reunião 1:1 usando a estrutura da Qulture.Rocks. A ideia é que aprendam fazendo, colocando a mão na massa, e depois com um feedback sobre a atividade.

Como estimular:

  • Projetos reais e desafios práticos durante treinamentos;
  • rotação de funções (job rotation);
  • feedbacks estruturados sobre entregas.

3. Aprender a conviver

Esse pilar se refere a habilidades como colaboração, empatia, escuta ativa e respeito às diferenças. Trata do desenvolvimento da inteligência emocional e social para viver (e trabalhar) com outras pessoas.

No ambiente corporativo:

Num contexto de times diversos e interdependentes, saber trabalhar bem em equipe é fundamental.

Exemplo:

Em um time de produto, uma pessoa de tecnologia precisa negociar prioridades com alguém do design. Elas têm visões diferentes, mas constroem juntas uma solução equilibrada. Isso é aprender a conviver.

Como estimular:

  • dinâmicas de team building;
  • grupos de afinidade e ações de diversidade e inclusão;
  • programas de desenvolvimento de soft skills (como escuta ativa, CNV).

4. Aprender a ser

É o pilar mais profundo: formar indivíduos autônomos, éticos, conscientes de si, com senso de propósito e responsabilidade. Integra os outros três pilares.

No ambiente corporativo:

Pessoas que aprendem a ser sabem lidar com pressão, tomam decisões éticas, refletem sobre seus valores e propósito. São líderes e lideradas que deixam marcas positivas.

Exemplo:

Um profissional recusa uma oportunidade que traria ganho pessoal, mas comprometeria a cultura do time. Ele tem autoconhecimento e consciência do impacto das suas decisões.

Como estimular:

  • espaços para reflexão (como check-ins de desenvolvimento);
  • cultura de feedbacks constantes e construtivos;
  • apoio ao autodesenvolvimento e ao equilíbrio emocional.
Pilar Foco principal Exemplo corporativo
Aprender a conhecer Buscar conhecimento Estudar mudanças no mercado por conta própria
Aprender a fazer Aplicar na prática Participar de projetos desafiadores
Aprender a conviver Colaborar com empatia Negociar e construir consensos em times diversos
Aprender a ser Desenvolver ética e propósito Tomar decisões alinhadas com valores pessoais e da empresa

Quais as vantagens do lifelong learning?

Quando pensamos nas vantagens do aprendizado contínuo nos deparamos com muitos diferenciais, tanto para as empresas quanto para os próprios profissionais que adotam o conceito.

A seguir, detalhamos melhor as principais vantagens da educação continuada. Confira!

1. Absorção e desenvolvimento de novas habilidades

Ao promover uma cultura de aprendizado constante, a empresa estimula o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais em suas pessoas colaboradoras.

Esse desenvolvimento, por sua vez, impacta diretamente a eficiência dos times e contribui para melhorias nos processos internos, já que os profissionais estão mais preparados para enfrentar desafios do dia a dia.

2. Incentivo à criatividade

Ambientes que valorizam o lifelong learning criam espaço para a inovação florescer.

O Google é um ótimo exemplo: a empresa estimula seus colaboradores a dedicarem 20% do tempo de trabalho a projetos pessoais e ideias criativas. Essa prática gera soluções inovadoras e fortalece o senso de protagonismo.

3. Conhecimento sobre as mudanças do mercado

O mundo do trabalho está em constante transformação e, ao cultivar o aprendizado contínuo, a empresa se mantém atualizada com as tendências e novas tecnologias.

Isso aumenta sua capacidade de adaptação e competitividade — enquanto negócios que não acompanham essas mudanças correm o risco de ficar para trás.

4. Surgimento de novas oportunidades

Por último, o aprimoramento constante traz mais autoconfiança e engajamento.

Profissionais que aprendem continuamente se sentem mais seguros para assumir novos desafios e participar de projetos estratégicos, o que também fortalece a retenção e a mobilidade interna.

Como promover o lifelong learning nas empresas?

A seguir, selecionamos alguns dos tópicos que merecem atenção para implementar o aprendizado contínuo em sua empresa. Veja!

1. Crie metas formais

A primeira delas é a criação de metas formais. Se a sua empresa já trabalha com OKRs, por exemplo, é importante que eles sejam criados para o time de Recursos Humanos (ou de Treinamento & Desenvolvimento, caso haja essa equipe).

Assim, há a possibilidade de verificar como anda a implementação do aprendizado contínuo, além de estabelecer key results que possam medir se fomos bem-sucedidos ou não ao atingir o objetivo.

2. Encoraje o relacionamento entre profissionais e pessoas recém-chegadas

As trocas interpessoais são uma ótima forma de promover o aprendizado em qualquer cenário, especialmente quando pensamos no aprendizado adulto no meio corporativo.

Para promover o lifelong learning na organização, é importante que as lideranças encorajem relações positivas entre mentores e pessoas novatas, de modo que os mais antigos possam:

  • apresentar os desafios do time e da organização;
  • mostrar um pouco mais sobre as funções do cargo;
  • discutir sobre a sua experiência ao longo da carreira, entre outras trocas.

Além disso, com o fortalecimento dessas relações, os profissionais com mais tempo de casa ajudam a promover o fit cultural com a empresa, caso ele não tenha se mostrado forte no momento da contratação.

3. Ofereça diferentes tipos de treinamento

Previamente, é preciso entender que cada profissional consome conteúdo de forma diferenciada. Por isso, no dia a dia da organização, não deixe de oferecer diferentes tipos e formatos de treinamento para as pessoas do time.

Nesse sentido, alguns formatos que podem ser fornecidos em seu negócio:

  • aulas internas, nas quais os próprios colaboradores podem trazer suas experiências para outras pessoas da empresa;
  • indicações e incentivo para a leitura — uma boa prática, por exemplo, é de oferecer como benefício aos profissionais a possibilidade de adquirir materiais para o aprendizado;
  • sugestões de conteúdos, como podcasts e vídeos;
  • oferecimento de cursos online, entre outros.

4. Forneça oportunidades de feedback

Fundamental para a autorreflexão e o aprendizado, o feedback é o processo no qual uma pessoa contribui para que a outra possa se desenvolver a partir de suas próprias percepções, sejam positivas, sejam negativas.

Além disso, o feedback contribui para os próprios colaboradores mais antigos entenderem se as ações tomadas com os novos membros, de fato, trouxeram bons resultados — ou se é necessário fazer alterações de rota conforme o andamento do projeto.

5. Facilite a transmissão de conhecimento

Por fim, é importante que o negócio busque alternativas que facilitem a transmissão de conhecimento. Hoje, existem diferentes ferramentas que permitem o fácil acesso às informações.

A partir de uma plataforma de educação corporativa, por exemplo, o negócio tem a possibilidade de:

  • concentrar em um único espaço todos os materiais oferecidos pela empresa;
  • aumentar a motivação de profissionais pela facilidade proporcionada pela solução;
  • contribuir para que as equipes identifiquem como está o desenvolvimento das ações.

Onde o lifelong learning se encaixa nos processos organizacionais?

O lifelong learning pode ser aplicado em diferentes contextos de uma organização. Pode trazer ganhos para a pessoa colaboradora a nível pessoal (afinal, o conhecimento adquirido por ela pode ser aplicado ao longo de sua carreira), mas também impacta o desempenho da empresa como um todo.

Por isso mesmo, o conceito deve ser sempre rememorado nos principais processos de gestão de desempenho. Veja alguns exemplos!

1. Avaliação de desempenho

Sabemos que a avaliação de desempenho é o ápice de um processo bem estruturado de gestão de desempenho. Por meio da avaliação, há a oportunidade de identificar competências que precisam ser desenvolvidas.

Suponhamos que, ao final do processo, haja a identificação que liderança, comunicação e competências técnicas foram os três temas mais identificados em diferentes times. A partir desse entendimento, a empresa tem a possibilidade de buscar capacitações que atendam a esses gaps.

Se isso for aplicado, nas próximas avaliações, teremos a chance de identificar se a estratégia de fato surtiu efeito e quais seriam os próximos temas a serem trabalhados em toda a organização.

2. Plano de Desenvolvimento Individual

Quando nos referimos ao Plano de Desenvolvimento Individual, as empresas contam com um grande desafio. Normalmente, não há dificuldades por parte das lideranças, liderados e lideradas de identificarem os pontos de desenvolvimento e até mesmo de montarem um plano de ação.

Porém, é comum que o PDI seja deixado de lado e não haja estratégias claras para que a pessoa colaboradora possa, de fato, se desenvolver no que foi levantado.

Sendo assim, o treinamento e os pilares do lifelong learning vêm como uma possibilidade para aprimorar o acompanhamento e a revisitação do PDI, o que torna a metodologia, de fato, efetiva para o negócio.

3. Plano de sucessão

Conforme sabemos, uma das etapas do plano de sucessão é o comitê de sucessão. Nele, pessoas consideradas aptas para assumirem cargos de maior complexidade são identificadas. Depois, é papel das lideranças entenderem quais são os pontos de desenvolvimento desses(as) profissionais.

Novamente, há a oportunidade de aliar o treinamento e o desenvolvimento com as necessidades da empresa.

Pessoas precisam desenvolver seus gaps para que possam assumir esses cargos de maior complexidade e garantir o bom funcionamento das equipes e o atingimento de resultados.

Assim, tanto o desenvolvimento do colaborador é aprimorado quanto a empresa tem a oportunidade de contar com alguém apto para um papel mais desafiador.

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Neste conteúdo, você pôde entender um pouco mais sobre o lifelong learning (aprendizado contínuo), a sua importância, além de conferir como é possível implementá-lo na empresa.

Como vimos, o lifelong learning é uma estratégia essencial para a empresa. Se você deseja implementá-la na sua organização, saiba como as soluções da Qulture.Rocks pode ajudar!