Nem todos os profissionais de Recursos Humanos e T&D sabem, mas existe um framework que, há quase meio século, dita as regras da boa prática em treinamento: o Modelo ADDIE. Você já ouviu falar nele?
Sabemos que conhecer metodologias consolidadas é um passo importante para obter sucesso em projetos e iniciativas corporativas. Por isso, neste artigo, apresentamos o conceito do Modelo ADDIE, como usá-lo na sua empresa e qual a importância de dominá-lo. Continue a leitura!
O que é o Modelo ADDIE?
O modelo ADDIE é um framework de desenvolvimento de treinamentos cujo acrônimo representa cinco macrofases:
- Análise
- Desenho
- Desenvolvimento
- Implementação
- Avaliação
O modelo foi criado em 1975 pela Universidade do Estado da Flórida para o Exército dos Estados Unidos com a missão inicial de padronizar a formação de soldados em tarefas complexas, sem margem para erro.
Hoje, ele é amplamente adotado por equipes de RH, T&D e lideranças que buscam previsibilidade, estrutura e impacto nos programas de aprendizagem.
Cada fase se conecta à anterior e à seguinte, formando um ciclo completo de planejamento, entrega e mensuração de iniciativas de T&D. Empresas de todos os portes usam o modelo para garantir que seus treinamentos estejam diretamente conectados às necessidades do negócio.
Como usar o Modelo ADDIE em empresas e equipes?
O ADDIE pode parecer técnico à primeira vista, mas funciona muito bem no dia a dia corporativo. Veja como aplicar cada fase com foco prático:
1. Análise
A primeira etapa serve para diagnosticar o problema. Antes de pensar em qualquer curso ou treinamento, o time de RH ou T&D deve responder:
• Qual é o problema de negócio que queremos resolver?
• Quem precisa desenvolver novas competências?
• Quanto custa para a empresa não resolver essa dor?
Exemplo prático:
Uma empresa quer aumentar a taxa de conversão de vendas de 23% para 26%. O time de RH identifica que o problema está no uso ineficiente do CRM e na falta de confiança dos vendedores em negociação. A Análise traduz esse desafio em necessidades de aprendizagem.
2. Desenho
Com os problemas claros, é hora de planejar o aprendizado. Nesta fase, definimos:
• objetivos mensuráveis (ex: "registrar corretamente um pipeline no CRM em até 5 minutos");
• estratégias didáticas (microvídeos, simulações, coaching);
• critérios e métodos de avaliação (quiz, observação, indicadores de sistema).
Dica: Certifique-se de alinhar o que será ensinado com o que será avaliado. Ensinar A e medir B é um erro comum.
3. Desenvolvimento
Aqui o planejamento vira realidade. As ações típicas dessa fase incluem:
• gravar vídeos, criar materiais, montar trilhas na plataforma de aprendizagem;
• revisar conteúdos com especialistas;
• realizar um piloto com um grupo pequeno de colaboradores.
Importante: se o projeto piloto indicar que a maior parte das pessoas não atingiu a proficiência esperada, o problema provavelmente está no design (e não nos participantes).
4. Implementação
A quarta etapa garante que o conteúdo chegue até as pessoas com qualidade. Envolve:
• capacitar facilitadores (quando houver);
• garantir o acesso à plataforma (como a Learning.Rocks);
• monitorar taxas de conclusão e solucionar problemas técnicos.
Cuidado com os detalhes: lançar um curso sem ajustar os materiais ou sem liberar o acesso corretamente pode gerar frustração e comprometer todo o aprendizado.
5. Avaliação
Essa fase mede o que realmente importa: o impacto do aprendizado no negócio. Pode envolver:
• reação das pessoas (gostaram do curso?)
• aprendizagem (aprenderam o conteúdo?)
• aplicação prática (estão usando no dia a dia?)
• resultados de negócio (houve melhora no indicador mapeado?)
Exemplo: se a conversão em vendas sobe de 23% para 26% e cada ponto representa R$10 milhões ao ano, temos um ROI tangível para apresentar à diretoria.
Modelo ADDIE Ágil (Lean Learning): o que muda?
Apesar de eficaz, o modelo ADDIE clássico pode ser moroso. Ele exige validações, documentação e liberações sequenciais, o que pode atrasar entregas em ambientes corporativos dinâmicos.
Para lidar com essa rigidez, muitas empresas adaptaram o framework para um modelo mais leve e iterativo: o ADDIE Ágil, ou Lean Learning.
Como funciona o ADDIE Ágil?
Em vez de seguir cada etapa de forma linear e longa, o ADDIE Ágil comprime todo o ciclo em sprints rápidos — geralmente de duas semanas.
Veja um exemplo realista de aplicação em um ciclo ágil:
• Segunda-feira: análise concentrada com dados de People Analytics
• Terça a quinta: criação e piloto de materiais curtos (ex: vídeos de 5 minutos, workshops de 1h)
• Sexta: coleta de dados, ajustes finos e pronto para escalar
• Semana seguinte: roll-out para toda a empresa com avaliação contínua
A lógica do ADDIE se mantém, mas em ritmo acelerado. Isso permite adaptar o conteúdo com rapidez, reduzir retrabalho e atender melhor às demandas de um mercado que muda o tempo todo.
Qual a importância do Modelo ADDIE para RH e lideranças?
O modelo ADDIE ajuda RHs, lideranças e equipes de T&D a criarem programas de desenvolvimento com mais impacto e menos desperdício. Ele:
• liga estratégia de negócio ao conteúdo de aprendizagem;
• proporciona governança, rastreabilidade e previsibilidade;
• reduz achismos e aumenta a maturidade das decisões sobre pessoas;
• gera indicadores claros para justificar investimentos.
Além disso, ADDIE pode ser integrado a práticas como OKRs e Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), reforçando a cultura de desempenho da empresa.
Reflexão prática: pense no último projeto de aprendizagem que você liderou.
- Você conseguiu mapear claramente o problema?
- Conectou o conteúdo com os objetivos do negócio?
- Mediu impacto?
Se não, talvez seja hora de aplicar o ADDIE com mais rigor — ou testar uma versão mais ágil.
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• conectar aprendizados com o dia a dia por meio de PDIs e metas com OKRs;
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