Um estudo feito pela Gallup perguntou a alguns profissionais se receberam um feedback significativo na última semana. Entre os que responderam que sim, 84% deles também se mostraram altamente engajados na empresa. Nem de longe se trata de uma coincidência.

Pesquisas como essa provam a importância do feedback para uma equipe realmente engajada e motivada com seu trabalho, seus colegas e com a organização. Repare, no entanto, a ênfase no “significativo”. Isso porque não basta um modelo de feedback qualquer, com um conteúdo aleatório.

Nesse momento, é importante adequar diversos fatores: conteúdo, contexto, fórum, tom de voz e, também, o modelo de feedback. Neste conteúdo, você vai entender melhor sobre a importância de incentivar o feedback na equipe e quais são os principais modelos existentes. Continue a leitura e saiba mais!

Por que incentivar o feedback na equipe?

Feedbacks podem ser entendidos como “a arte e ciência de ajudar os outros a melhorarem em suas atividades a partir da observação de seus comportamentos”. E, afinal, qual profissional não gostaria de se desenvolver?

Mais do que isso, é preciso recorrência. Feedbacks diários podem fazer com que os profissionais de uma empresa tenham 3,6 vezes mais chances de se perceberem motivados no trabalho, de acordo com a Gallup, comparadamente a feedbacks anuais.

Inclusive, oferecer feedbacks anualmente é algo que ficou no passado. A velocidade e a quantidade do fluxo de informações na atualidade faz com que um feedback dado um ano depois de um acontecimento já não surta efeito. Seja porque a pessoa não se lembra do ocorrido, seja porque muito provavelmente ela nem estará mais na empresa (vide dado do parágrafo anterior).

Nesse sentido, se torna fundamental o estabelecimento de uma cultura de feedbacks contínuos entre todas as pessoas da empresa para que seja dada a todas elas a oportunidade de se desenvolverem continuamente.

Os efeitos de um feedback são dois principais:

  • a motivação (reforço positivo), causada principalmente pelo reconhecimento, pelo reforço dos comportamentos esperados e pela segurança psicológica causada;
  • o direcionamento (informação), que se torna um aprendizado que possibilita a correção de rota e o crescimento.

Dessa maneira, mais do que entender como está se saindo em suas atividades e comportamentos, por meio de feedbacks os profissionais podem compreender também de que forma podem se tornar ainda melhores no que fazem e como fazem.

Principais modelos de feedback

É possível que algumas pessoas da sua equipe já compreendam a importância do feedback. No entanto, quando não se sabe como fazê-lo adequadamente, são grandes as chances de fazê-lo errado ou ainda de nem tentar.

Por isso, é muito importante que a cultura de feedback seja implementada e incentivada de maneira que se torne um processo retroalimentador, em que o recebimento de um feedback estimule o envio de outro e assim por diante.

Para que isso aconteça, sugere-se realizar um processo educativo, explicando não apenas a importância desse retorno entre as pessoas colaboradoras, mas também as maneiras como isso pode ser feito. A seguir, trouxemos alguns modelos de feedbacks e exemplos de como acontecem na prática. Confira!

Feedback livre

Como o próprio nome diz, o feedback livre não tem uma estrutura preestabelecida. Isso significa que ele pode tratar de assuntos variados, podendo estar relacionado a algo em que a pessoa receptora tenha “mandado bem” ou algo que ela possa melhorar.

Justamente por não contar com uma estrutura, esse é um modelo de feedback bastante útil para momentos de espontaneidade, o que estimula também a alta recorrência dessa troca entre as pessoas.

Feedback SCI (Situação-Comportamento-Impacto)

O feedback SCI leva em consideração a situação-objeto do feedback, que deve ser explicada de maneira a situar o que de fato aconteceu para que o feedback seja dado.

Além disso, busca enfatizar o comportamento específico que levou à elaboração desse feedback. Como num raciocínio lógico, após demonstrar situação e comportamento, nesse tipo de feedback é indicado explicitar o impacto que a ação tomada pela pessoa receptora ocasionou, possibilitando justificar por que foi positiva ou negativa.

Modelo CCCS (Contexto-Comportamento-Consequência-Sugestão)

O modelo CCCS é bastante parecido com o modelo SCI de feedback. No entanto, há um bônus em que, para além de demonstrar o contexto, o comportamento e a consequência de uma ação da pessoa receptora, a pessoa emissora do feedback também dá uma sugestão de como melhorar ou corrigir o comportamento-objeto do feedback.

Modelo Netflix (Parar-Começar-Continuar)

O modelo Netflix de feedback consiste numa estrutura em que a pessoa emissora do feedback aponta o que considera que a receptora deve parar de fazer (por consequências negativas), o que ela deveria começar a fazer (para otimizar algum processo, por exemplo) e o que ela já faz e que é considerado valoroso.

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Passo a passo para dar um bom feedback

Para além da escolha do modelo de feedback, é importante tomar algumas precauções ao oferecê-lo. Confira abaixo um passo a passo sobre como dar um bom feedback!

Impessoalidade

Em hipótese alguma um feedback deve ter como base uma característica da pessoa receptora. Sendo assim, diferentemente de dizer “você é”, é importante se preocupar em dizer “seu comportamento foi”. Lembre-se de que um comportamento não define uma pessoa e que o feedback deve ser impessoal nesse sentido.

Canal adequado

Feedback escrito ou falado? Isso vai depender de diversos fatores: da situação, da forma como a pessoa emissora se sente mais confortável, da existência ou não de possibilidades de má interpretação pela pessoa receptora em casos em que ele seja escrito, entre outros.

Momento ideal

O momento ideal é sempre o imediatamente posterior ao acontecimento que está gerando o feedback. Isso porque o comportamento-alvo ainda estará recente e “fresco” na memória da pessoa receptora. Aqui, é importante reforçar outro ponto: feedbacks construtivos devem sempre ser dados em um fórum individual, enquanto elogios podem ser dados em público.

Estruturação da mensagem

Feedback é algo que, de uma forma ou de outra, pode impactar o psicológico de quem o recebe, Por isso, é papel da pessoa emissora estruturar bem a mensagem que deseja passar, buscando evitar ao máximo pontos que podem gerar conflitos desnecessariamente.

Por que contar com uma plataforma de feedback?

A implementação de uma cultura de feedback perpassa a estruturação de um processo de aprendizagem sobre os modelos de feedback existentes e o incentivo à troca deles entre as pessoas.

Essa estruturação se torna ainda mais eficaz quando conta com ferramentas adequadas que permitam o envio do feedback escrito, de maneira que possa ser registrado e consultado pelas pessoas envolvidas, assim como sua liderança e o RH.

Com uma plataforma de feedback, esses feedbacks podem ser enviados em um fórum privado nos momentos em que isso for oportuno ou de modo público quando se tratar de um elogio. Assim, a retroalimentação é ainda maior, já que todos podem acessar o mural de elogios da empresa e se inspirar a enviar elogios também.

Tudo isso sem contar a possibilidade de mensurar os resultados e o ROI (em português, Retorno Sobre o Investimento) à medida em que é possível acompanhar a quantidade de feedbacks trocados entre as pessoas. Dessa maneira, tem-se insumos para analisar se a cultura de feedback já é de fato uma realidade na empresa, quantos feedbacks estão sendo trocados e quais foram os impactos no engajamento e motivação das pessoas com a ferramenta.

Deixar a equipe a par das possibilidades e da importância de trocar feedbacks é fundamental para aumentar o engajamento na empresa. Além disso, a aplicação correta do modelo de feedback no contexto adequado pode otimizar os resultados dessa prática, conforme mostramos neste conteúdo.

E, já que mencionamos sobre o importante papel de uma plataforma de feedbacks para o estabelecimento desse tipo de cultura, conheça ainda mais aprofundadamente essa ferramenta e seus diferenciais!