Muitas empresas já estão atentas ao conceito de Customer Experience, ou seja, na experiência que o cliente tem em relação à sua organização, ao atendimento e ao produto como um todo. Mas você já deu atenção ao Employe Experience?
Hoje, os profissionais se preocupam com muito mais do que boa remuneração. Apesar de ela ser importante para a competitividade no mercado, não é o único fator que influencia na decisão dos talentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Gallup, em todo o mundo, apenas 13% dos colaboradores são ativamente engajados, isto é, buscam por inovação contínua em suas funções e não consideram trocar de emprego a curto/médio prazo.
Neste conteúdo, a gente explica um pouco mais sobre o employee experience, além de explicar como é possível aplicá-lo nos mais distintos contextos. Continue a leitura e saiba mais!
O que é Employee Experience?
O conceito de Employee Experience (EX) — ou experiência do colaborador — refere-se à soma de todas as interações que uma pessoa tem com a empresa ao longo de sua jornada, desde o primeiro contato enquanto a pessoa é apenas candidata até o processo de desligamento.
Medir e aprimorar essa experiência é fundamental para aumentar o engajamento, a produtividade e a retenção de talentos. A seguir, listamos os principais critérios e indicadores considerados na construção e avaliação da Employee Experience:
1. Cultura e Propósito
- Indicador: Alinhamento entre valores pessoais e valores da empresa.
- Por que importa: Colaboradores que veem propósito no que fazem tendem a ser mais engajados e leais. Uma cultura organizacional clara e coerente fortalece o sentimento de pertencimento.
2. Engajamento
- Indicadores: NPS interno, eNPS (Employee Net Promoter Score), índices de satisfação em pesquisas de clima e pulso.
- Por que importa: O engajamento mede o nível de entusiasmo e conexão emocional com o trabalho. Um alto nível de engajamento está diretamente ligado à performance e à retenção.
3. Ambiente físico e digital de trabalho
- Indicadores: Avaliação do ambiente de trabalho físico (em empresas presenciais) e usabilidade das ferramentas digitais (em modelos híbridos ou remotos).
- Por que importa: Espaços adequados e ferramentas eficientes afetam diretamente o bem-estar e a produtividade.
4. Desenvolvimento e crescimento
- Indicadores: Acesso a treinamentos, presença de Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), frequência de feedbacks e check-ins de desenvolvimento.
- Por que importa: A oportunidade de evoluir na carreira é uma das principais fontes de motivação e retenção.
5. Gestão e liderança
- Indicadores: Qualidade das relações com líderes (avaliada via reuniões de 1:1, feedbacks e pesquisas), clareza de expectativas e suporte ao desenvolvimento.
- Por que importa: A relação com o líder direto é o fator mais influente na experiência de um colaborador. Lideranças bem preparadas potencializam o engajamento.
6. Comunicação interna
- Indicadores: Clareza, frequência e transparência na comunicação de decisões, estratégias e mudanças.
- Por que importa: A falta de comunicação gera ruído, insegurança e desengajamento. Uma comunicação eficaz fortalece a confiança.
7. Reconhecimento e valorização
- Indicadores: Frequência de elogios, rituais de reconhecimento, programas de premiação, senso de justiça.
- Por que importa: Reconhecer o esforço e os resultados é fundamental para a motivação e o sentimento de valorização.
8. Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho
- Indicadores: Percepção de sobrecarga, práticas de desconexão, políticas de flexibilidade.
- Por que importa: Uma EX positiva respeita os limites entre trabalho e vida pessoal, contribuindo para saúde mental e bem-estar.
9. Processos de RH e jornada do colaborador
- Indicadores: Facilidade de acesso a informações, automação de processos, qualidade das experiências em onboarding, avaliações, desligamentos etc.
- Por que importa: Cada etapa da jornada molda a percepção do colaborador. Processos eficientes e bem conduzidos reforçam uma experiência positiva.
10. Diversidade, equidade e inclusão (DEI)
- Indicadores: Percepção de segurança psicológica, representatividade, práticas inclusivas e políticas afirmativas.
- Por que importa: Ambientes inclusivos aumentam a inovação e o engajamento, e refletem um compromisso real com o bem-estar de todos.
Quais os benefícios do Employee Experience?
A seguir, apresentamos os principais benefícios do Employee Experience para uma equipe. Confira!
1. Maior engajamento
Conforme mencionamos na introdução, o engajamento de colaboradores é uma preocupação nas empresas de todo o globo, justamente pelo fato de profissionais engajados serem a minoria nas empresas.
Nesse sentido, o Employee Experience contribui para a criação de um ambiente estimulante, no qual as lideranças estejam próximas de seus liderados e lideradas, além de a gestão avaliar de forma contínua quais são as necessidades do colaborador em relação aos mais diversos âmbitos.
2. Retenção de talentos
Além disso, com o Employee Experience, as lideranças estarão mais preocupadas em reconhecer liderados e lideradas pelas pequenas conquistas ao longo de sua jornada, uma vez que esse fator também influencia para a experiência positiva do colaborador. Consequentemente, os índices de rotatividade reduzirão.
De acordo com um outro levantamento realizado pela Gallup, 65% dos colaboradores que deixaram seus empregos diziam não se sentir devidamente reconhecidos. Além disso, em uma pesquisa feita com profissionais de diferentes empresas pela Psychometrics, 52% das pessoas responderam que o reconhecimento seria uma prática contínua por parte das lideranças que possibilitaram um maior engajamento.
Deve-se destacar que o turnover é um indicador essencial para as equipes de RH, uma vez que gera custos para a empresa e podem influenciar outros talentos a buscarem por novas oportunidades. Justamente por todas essas questões, o Employee Experience se torna essencial para o cotidiano de uma organização.
3. Melhorias na qualidade de vida do trabalho
Quando abordamos sobre Employee Experience, devemos destacar que há uma preocupação tanto com o espaço físico quanto com as condições culturais e psicológicas da empresa.
Ou seja, no momento de contratar um novo colaborador, vai haver a atenção em buscar por aquelas pessoas que tenham fit cultural com o negócio, além de buscar continuamente por melhorias em diferentes políticas e processos da empresa.
Além disso, há uma relação mais próxima entre lideranças, liderados e lideradas, na qual a gestão se preocupa em desenvolver os colaboradores por meio de feedbacks — abordaremos sobre esse conceito mais adiante —, contribuindo para que haja uma maior compreensão sobre os desafios enfrentados no dia a dia.
4. Melhorias para o clima organizacional
Clima organizacional é a percepção de colaboradores e colaboradoras em relação às políticas, práticas e processos do negócio. Quando essa percepção é positiva, consequentemente há um bom clima organizacional no negócio.
Para entender sobre o clima de sua organização, é indicado aplicar a pesquisa de clima. Trata-se de um questionário aplicado para uma amostra ou para toda a empresa, no qual algumas afirmativas são feitas — e as pessoas respondem se concordam totalmente ou se discordam com a afirmação, no que chamamos de escala de Likert.
Como o Exmployee Experience é uma soma de percepções e sentimentos em relação às vivências da pessoa colaboradora, se houver uma boa experiência por parte desse(a) profissional, consequentemente há oportunidades de o clima também ser positivo.
Como aplicar o Employee Experience na empresa?
Agora que você já conhece os principais ganhos do Employee Experience para uma empresa, chegou o momento de entendermos como é possível aplicá-lo para a realidade de diferentes organizações. Entenda!
Desenvolva as lideranças para que elas ofereçam suporte aos seus liderados e lideradas
Inicialmente, existe a necessidade de as lideranças oferecerem suporte aos liderados e lideradas para que possam se desenvolver. Para isso, a prática de one-on-ones é fundamental.
Trata-se de reuniões periódicas entre ambos para que a gestão possa entender sobre os desafios enfrentados na rotina, sobre o momento no qual o colaborador está passando — seja pessoal, seja profissional —, além de possibilitar a formulação de planos de ação de acordo com as necessidades observadas.
Tal estratégia traz ganhos não apenas para o colaborador, como para a própria empresa. Afinal, ele terá maior confiança em expor as suas vulnerabilidades, contribuindo para que a gestão o auxilie da melhor maneira para superá-las.
Entre as vantagens observadas para o profissional, podemos destacar a sensação de que:
- alguém se preocupa com o profissional no nível pessoa, uma vez que as lideranças buscam entender diferentes contextos nas one-on-ones;
- alguém também se preocupa com ele no desenvolvimento e carreira;
- é ouvido no âmbito profissional.
Para a empresa, os ganhos também são facilmente percebidos. Entre eles, destacamos:
- melhorias dos fluxos de informações de baixo para cima, contribuindo para decisões mais rápidas e preventivas;
- melhorias para o engajamento dos profissionais;
- maior confiança entre gestão e liderados.
Preocupe-se em oferecer um ambiente inclusivo
Preocupar-se com a diversidade e inclusão também deve ser um ponto de atenção para as empresas que desejam investir em employee experience. De acordo com um estudo comandado pela Harvard Business, conflitos são reduzidos em até 50% nas organizações que investem nesse sentido, além de contar com profissionais até 17% mais engajados e dispostos a irem além nas suas responsabilidades.
Para reforçar essa cultura nas empresas, o primeiro passo é trazê-la para o convívio dos colaboradores. Lembre-se: há uma diferença entre diversidade e inclusão. Enquanto o primeiro está relacionado ao fato de você trazer as pessoas de diferentes narrativas para dentro da empresa, o segundo é a preocupação em incluí-lo para a realidade do negócio, sem distinções ou discriminações.
Nesse sentido, além de aperfeiçoar os processos de recrutamento e seleção, também é preciso promover treinamentos para os colaboradores e oferecer oportunidades iguais para que distintos profissionais possam assumir cargos de liderança na empresa.
Estimule a prática contínua de feedbacks
Conforme abordado, os feedbacks contribuem de forma significativa para o desenvolvimento dos colaboradores. Por meio da percepção ofertada de forma genuína por outras pessoas em relação ao seu trabalho, os profissionais terão a oportunidade de avaliar quais são os gaps entre a execução de suas atividades e a estratégia do negócio.
Nesse sentido, elas vão se desenvolver de maneira mais ampla, contribuindo de forma direta para o desenvolvimento da empresa — justamente por reduzir os riscos de desviar da rota planejada.
Para implementar uma cultura de feedback, indicamos:
- as lideranças precisam criar um clima favorável para o feedback. Por essa razão, é importante que elas mesmas estimulem a prática e sejam bem receptivas quando as pessoas colaboradoras ofertarem algum retorno em relação às suas atividades;
- elogios devem ser estimulados para que haja reconhecimento em suas equipes;
- é importante contar com ferramentas que contribuem para que essa prática faça parte da rotina das pessoas — há soluções que possibilitam a solicitação de feedback por parte das pessoas, além de garantir que essa cultura reforce os valores da organização.
Invista em People Analytics
Tomar decisões baseadas em dados é uma tendência de RH que toda organização deve estar atenta em adotar. No caso do Employee Experience, há uma oportunidade de as áreas identificarem como cada benefício oferecido ao colaborador contribui para o desenvolvimento da empresa e para os resultados do negócio como um todo.
Além disso, existe a possibilidade de realizar pesquisas em diferentes áreas para identificar os gargalos encontrados em cada uma delas. Exemplo: a área de Marketing pode estar satisfeita no que diz respeito à diversidade encontrada do time, diferente da área de produto. A partir disso, estratégia específicas podem ser adotadas com base nos gaps observados, possibilitando uma empresa homogênea no que diz respeito à experiência do colaborador.
Por meio da estratégia de People Analytics, a empresa tem a oportunidade de implementar estratégias inteligentes que otimizam a experiência nas interações do colaborador com a organização.
Invista em benefícios
Por fim, a empresa também pode estudar benefícios além dos obrigatórios que profissionais identificam como ideais para a sua relação com o negócio. Exemplo: a flexibilidade no horário de trabalho e a possibilidade de adotar de forma contínua o home office é um dos diferenciais buscados por candidatos no momento de trocar de empresa.
Além disso, os benefícios flexíveis vêm ganhando destaque nas organizações. Trata-se de um pacote de benefícios oferecidos pela empresa que possibilita ao colaborador escolher aqueles que melhor se enquadrem em sua rotina, de acordo com as suas necessidades e estilo de vida.
Nesse sentido, além de ampliar a motivação no trabalho, a equipe ainda tem a oportunidade de fortalecer a marca empregadora — contribuindo até mesmo para um melhor relacionamento com os clientes.
Tenha um programa bem estruturado de onboarding
A jornada do colaborador deve ser uma preocupação dos Recursos Humanos para implementar práticas de Employee Experience. Por essa razão, tenha atenção com a pessoa colaboradora desde os primeiros momentos na empresa.
Rotinas de onboarding, por exemplo, contribuem para aumentar a produtividade nos primeiros meses do profissional em suas atividades. Entre os benefícios dessa prática, destacamos especialmente:
- por meio de um checklist simples aplicado pelo gestor uma semana após a contratação, o Google, empresa que dispensa apresentações, conseguiu reduzir em 25% o tempo em que um funcionário alcança sua produtividade máxima (Work Rules, Laszlo Bock, p.295);
- Organizações que possuem processos de Onboarding consolidados melhoram suas taxas de retenção em 85% e produtividade em até 70% (The true cost of a bad hire, Brandon Hall).
Como a Qulture.Rocks ajuda a aprimorar a Employee Experience
Neste conteúdo, você pôde entender o que é o Employee Experience, quais são as vantagens de investir nessa estratégia, além de conferir dicas de como implementar.
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