Buscar estratégias para a retenção de talentos deve ser uma das prioridades para as lideranças. Quando a taxa de turnover é reduzida, automaticamente os gastos da organização também diminuem, seja com custos trabalhistas ou com o treinamento das novas pessoas contratadas. Nesse sentido, estimular a autonomia no trabalho é uma ótima estratégia para desenvolver e engajar a equipe.

De acordo com uma pesquisa feita pela Page Talent, cerca de 58% dos colaboradores no Brasil têm mais facilidade para desenvolverem as suas funções e buscar por inovação no time quando atuam de forma mais independente — evidenciando a importância da autonomia no trabalho.

Pensando nisso, neste conteúdo apresentamos o que é a autonomia no trabalho, seus benefícios e boas práticas para desenvolvê-la na equipe. Continue a leitura e saiba mais!

O que é autonomia no trabalho?

A autonomia é uma das tendências mais valorizadas no mercado de trabalho atualmente. Ela se refere à capacidade de um profissional realizar suas tarefas de maneira independente, com a possibilidade de tomar decisões e agir a partir das suas habilidades e experiências.

Dessa forma, o colaborador tem a possibilidade de decidir como e quando realizar suas atividades, além de escolher as ferramentas e metodologias que acredita serem mais eficientes para a execução das mesmas. Para isso, é indispensável que o profissional esteja alinhado às metas e objetivos do negócio para que possa agir da melhor forma.

Com a autonomia no trabalho, os profissionais têm mais liberdade e flexibilidade para a execução dos objetivos e cumprimento das metas e horários, sem a necessidade de microgerenciamento do seu líder. Isso aumenta a motivação, a satisfação e a produtividade da equipe, além de contribuir para que o clima organizacional se torne mais saudável e colaborativo.

Um exemplo de autonomia no trabalho é o modelo de trabalho híbrido, que se popularizou durante o contexto pandêmico. Nesse modelo, os colaboradores podem trabalhar de casa em alguns dias da semana, sem a necessidade de se deslocar até o escritório diariamente. Outro exemplo é a flexibilidade de horários, que permite que os profissionais escolham o melhor momento para executar suas tarefas, respeitando sempre os prazos e demandas da organização.

Em resumo, a autonomia no trabalho é um conceito que está se tornando cada vez mais relevante no mercado de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento de profissionais cada vez mais independentes, engajados e produtivos.

Por que promover a autonomia no trabalho?

A seguir, selecionamos alguns dos principais pontos de melhoria observados ao promover a autonomia na equipe. Confira!

  • melhora o clima organizacional: a autonomia é uma forma de reconhecimento do time e confiança para que executem com qualidade as estratégias da empresa;
  • melhora a eficiência: não vai haver a necessidade de um colaborador recorrer ao seu líder sempre que tiver algum insight ou necessidade de solucionar alguma questão;
  • alavanca os resultados: a empresa poderá usufruir de melhores resultados, pois vai estimular constantemente o desenvolvimento de seus talentos;
  • aumenta a responsabilidade da equipe: com mais autonomia, as equipes se sentirão mais responsáveis pelas suas funções, uma vez que não vai haver cobranças excessivas por parte de suas lideranças diretas;
  • aumenta a motivação dos profissionais: a autonomia permite que a pessoa colaboradora possa atingir seus objetivos e metas da forma que preferir, o que gera maior engajamento;
  • atrai talentos para a equipe: atualmente, profissionais têm buscado ambientes que permitam um crescimento saudável das equipes. Uma empresa com cultura de autonomia e confiança certamente terá maior competitividade;
  • contribui para a  progressão de carreira: a pessoa colaboradora passa a ter mais independência e estímulos para buscar seu desenvolvimento enquanto profissional.

Como desenvolver a autonomia no trabalho? Confira 7 dicas!

Inicialmente, vamos entender de forma prática como é possível desenvolver a autonomia dos profissionais da equipe. Confira as boas práticas a seguir!

1. Evite o microgerenciamento

O microgerenciamento é um tipo de gestão em que as lideranças passam a ter um excessivo controle pela equipe. Normalmente, tratam-se de líderes comandantes, que atuam de forma mais autocrática e demonstram poder a todo instante.

Entre os gargalos que isso gera para a empresa, além da ausência de autonomia para as equipes, destacamos:

  • limitação da criatividade do time;
  • prejuízos ao clima organizacional;
  • queda de produtividade;
  • falta de empatia e confiança com os liderados;
  • prejuízos ao entrosamento da equipe; entre outros.

Além disso, deve-se ressaltar que o microgerenciamento cria dependência entre os colaboradores e a gestão. Consequentemente, eles vão solicitar permissão para realizar atividades simples do dia a dia, prejudicando processos e dificultando o amadurecimento do time.

2. Implemente a metodologia de OKRs

OKRs são sistemas de metas coletivas e individuais que vão convergir para a busca de metas globais da organização. Entre os ganhos que essa metodologia traz para a empresa, a simplicidade e a transparência encontram-se como um dos principais. A adaptabilidade para diferentes contextos e organizações também é um dos fatores que contribuem para a sua aceitação.

Essa metodologia é uma releitura da gestão por metas, articulada por Peter Drucker. No Google, empresa que dispensa apresentações, foi implementada logo no início de suas atividades, quando havia apenas 40 colaboradores — e estão em uso até os dias de hoje.

Mas, então, quais são as diferenças dos OKRs para as metas tradicionais e por que elas contribuem para a autonomia no trabalho? Entenda:

  • ciclos mais curtos: os OKRs são criadas e reavaliadas em ciclos curtos, de até seis meses. Já as metas tradicionais são em ciclos anuais;
  • mais transparentes: normalmente, os OKRs são públicas dentro da empresa, o que ocasiona em maior motivação para o time;
  • mais flexíveis: OKRs são definidos de forma mais descentralizada. Consequentemente oferecem mais voz e participação para as equipes, contribuindo para uma maior autonomia das pessoas colaboradoras;
  • menos ligados à remuneração: ao contrário das metas tradicionais, os OKRs são ligadas ao numerador e não ao objetivo base para a remuneração variável.

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O uso da metodologia OKR é o "pulo do gato" para fornecer maior autonomia para seu time. Afinal, a divisão de responsabilidades funciona da seguinte forma:

  • Dono: selecionado no momento da criação do Objetivo/Projeto e pode ser a empresa, um time ou colaborador;
  • Responsável: profissional encarregado do Objetivo, responsável por atualizar os key-results (indicadores-chave) — pode ser apenas um colaborador;
  • Contribuinte: podem ser colaboradores específicos ou times inteiros, são aqueles que compartilham do OKR e que contribuem para atingimento do Objetivo e são impactados pelos resultados;
  • Responsável por uma ação: pode ser qualquer colaborador que participe do OKR, mas também pode ser um colaborador que irá apenas auxiliar na execução do Plano de Ação.

3. Construa uma cultura de autonomia

Para desenvolver a autonomia na equipe, é preciso que haja a construção de uma cultura de autonomia. Nesse sentido, lideranças precisam estar alinhadas para trabalharem essa questão com seus liderados, além de haver um reconhecimento quando as pessoas executarem suas tarefas de forma autônoma.

Por meio das reuniões de one-on-one, por exemplo, a gestão pode fornecer um estímulo para que as pessoas colaboradoras apresentem os desafios enfrentados no dia a dia de trabalho e quais são as estratégias adotadas para superá-los. Sendo assim, é indicado que elas sejam frequentes, realizadas pelo menos de forma quinzenal, trazendo tópicos sobre gestão e priorização e até mesmo abordando sobre as perspectivas de carreira.

Com o objetivo de desenvolver ainda mais a autonomia, esses encontros devem ser vistos e praticados como uma reunião do liderado. Assim, ele é quem terá a responsabilidade de trazer as pautas para a reunião e também de se preparar para esse momento. Além disso, saia da reunião com anotações e tarefas pendentes, de modo que os tópicos trazidos sejam colocados em prática pelo liderado.

4. Desenvolva uma cultura de feedbacks

Feedback é o processo no qual uma pessoa contribui para que outra possa se desenvolver a partir de suas percepções, negativas ou positivas. Para entender essa prática, fizemos uma analogia com o mapa de papel e o GPS.

Ambos vão levá-lo a um destino final, mas o GPS vai fazer correções ao longo do caminho para que esse trajeto seja feito de forma mais positiva. Dessa forma, o feedback funciona como um GPS em que os insights são as correções de rota no processo de desenvolvimento do colaborador.

Quando abordamos sobre autonomia no trabalho, esse é um ponto fundamental. Especialmente se mencionarmos os millennials, geração nascida entre os anos de 1980 e 2000. Por meio dos feedbacks, há a possibilidade de gerar inputs de melhorias contínuas do trabalho, o que estimula comportamentos positivos, além de possibilitar o desenvolvimento de novas habilidades.

Justamente por isso, os feedbacks devem ser trocados em tempo real. Além disso, devem ser personalizados, adaptando o insight ao estilo do receptor. Enquanto umas pessoas são mais sensíveis, outras são mais críticas — para cada uma delas, o retorno deve ser diferente.

Por fim, o ideal é que seja direto ao ponto, deixando clara a mensagem e levando em consideração os sentimentos do profissional que vai recebê-lo.

5. Estimule a inovação

Por fim, devemos levar em consideração que o propósito e a inovação devem ser os principais pontos de atenção por parte das empresas. Nesse sentido, as lideranças devem mostrar constantemente que o trabalho de seus liderados e lideradas é essencial para o dia a dia da organização, de modo que estimule-os a buscarem por novas maneiras de executá-lo para proporcionar um resultado mais efetivo ao negócio.

6. Capacite sua equipe

A capacitação de profissionais é uma das principais aliadas para que colaboradores e colaboradoras consigam executar seus entregáveis com qualidade e, consequentemente, com autonomia. Para isso, é importante que as lideranças identifiquem quais são as demandas, objetivos e prioridades dos times para assim desenvolverem estratégias de capacitação mais direcionadas.

7. Desenvolva a delegação de tarefas

Um dos grandes problemas que fazem com que as equipes não tenham autonomia necessária é a má distribuição de atividades, que pode gerar sobrecarga de atividades por parte das lideranças, falta de confiança por parte dos liderados e impactos negativos para a empresa como um todo. 

Para isso, é essencial ter uma boa delegação de tarefas, entendendo quais são as competências e dificuldades do time para que a distribuição seja mais rápida e estratégica. Além disso, vale destacar que a delegação de tarefas deve ser bem contextualizada e ter um acompanhamento mais próximo dos líderes nas primeiras entregas.

👉 No vídeo a seguir, Margaret Heffernan explica por que está na hora de esquecer a hierarquia vertical no trabalho. Confira!

Como as lideranças contribuirão para promover a autonomia no trabalho?

Lideranças são pontos fundamentais para que as equipes desenvolvam a autonomia no trabalho. Para isso, é preciso:

  • confiar nas equipes: construa, junto ao RH, um processo seletivo eficaz para que contrate pessoas alinhadas ao propósito da empresa e também ao dia a dia dos times;
  • não ter medo de ser vulnerável: vulnerabilidade para as lideranças é um ponto importante para a construção de um bom relacionamento. Por essa razão, caso não saiba alguma resposta ou esteja com alguma dificuldade, compartilhe com o seu time;
  • testar sempre: além disso, sempre teste estratégias que contribuirão para um melhor desenvolvimento do time e, consequentemente, da empresa como um todo;
  • investir em comunicação: usar as ferramentas de comunicação de forma inteligente fará com que os alinhamentos entre líderes e liderados sejam mais dinâmicos e bilaterais.

Como uma plataforma de gestão de desempenho contribui para a autonomia no trabalho?

Uma plataforma de gestão de desempenho oferece soluções que contribuem para a autonomia das pessoas colaboradoras na organização. Confira as principais!

  • Gestão de Metas ou OKRs: Por meio dessa solução, os profissionais têm autonomia para criar e monitorar seus objetivos e key results, alinhados à estratégia da organização e podendo contar com insights da liderança;
  • Feedbacks: Essa ferramenta facilita a troca de feedbacks entre os profissionais da equipe, gerando inputs de melhoria e desenvolvimento;
  • One-on-ones: Com uma solução de one-on-ones, essa prática é facilitada entre líderes e pessoas lideradas, favorecendo ainda mais a autonomia dos profissionais da equipe;
  • PDI: Por meio do PDI, os liderados podem desenvolver de forma estruturada habilidades que facilitam o dia a dia no trabalho, contando com o suporte  da liderança nesse processo.

Essas soluções podem estar interligadas, facilitando a jornada de desenvolvimento do colaborador na organização. Os inputs que essas ferramentas fornecem para os profissionais da equipe geram oportunidades de desenvolvimento e confiança para a execução das tarefas do dia a dia. A partir disso, é possível construir uma cultura de autonomia no negócio.

Neste material, você pôde entender o que é a autonomia no trabalho, a importância de adotá-la e dicas de como desenvolvê-la em seu time. Conforme abordamos, o ideal é que a cultura da empresa como um todo usufrua dessa autonomia. Assim, as chances de conquistar os benefícios apresentados aumentam consideravelmente.

Quer saber mais como uma plataforma de gestão de desempenho contribui para uma cultura de autonomia na empresa? Entre em contato com o nosso time de especialistas e tire suas dúvidas!