Sabemos que existem diferentes tipos de liderança que podem ser desenvolvidos em uma equipe. Não há um modelo certo. O ideal é que entenda o perfil de seu time e da própria empresa. Uma pessoa que tenha menos experiência que seus liderados e lideradas, por exemplo, não vai assumir a mesma postura de um líder que tenha mais experiência que a equipe. A liderança democrática é um desses estilos — e se concentra na colaboração.

Porém, há dúvidas entre as pessoas sobre o momento ideal para utilizá-la, bem como o processo para desenvolvê-la. Neste material, a gente explica um pouco mais sobre ela. Continue a leitura e tire suas dúvidas!

O que é a liderança democrática?

Conforme dissemos, a liderança democrática engloba a colaboração da equipe. A pessoa que assume estilo de gestão deve buscar ativamente a opinião de seu time, confiando mais do que direcionando. Ou seja, vai haver uma prioridade na motivação, na comunicação e no desenvolvimento das pessoas em seus projetos.

Por essa razão, o líder vai consultar mais os seus liderados e lideradas, abrir conversas, estimular a vinda de novas ideias, estar atento à inovação do time para promover melhores resultados, entre outros pontos.

Inclusive, se alinha bem com a etimologia da palavra democracia. Afinal, é formada por demos (que significa povo) e kratos (que corresponde a poder). Ou seja, é fornecer poder para que as pessoas possam tomar decisões, participar ativamente das diferentes estratégias da empresa e fazer alterações de rota em seus projetos conforme identificar a necessidade.

Qual a diferença entre a liderança democrática e a liderança autocrática?

A liderança autocrática, também chamada de liderança comandante, é completamente oposto da liderança democrática. Aqui, vai haver uma abordagem que demonstra de forma mais efetiva o poder do líder, além de haver um microgerenciamento das atividades.

Em Reinventing Organizations, Frederic Laloux sugere para olharmos para o nosso ego à distância e perceber que podemos aprender a reduzir a necessidade de poder e controle. Dessa forma, nos desconectamos do nosso ego.

Quando abordamos sobre microgerenciamento, nos referimos à dificuldade em se afastar dos detalhes do dia a dia. Isso dificulta o desenvolvimento da visão estratégica como líder e a tendência será sempre de entender qual é a rotina do time e quais são as atividades executadas naquele momento.

Quais as características ideais de uma liderança democrática?

Existem algumas características que devemos levar em consideração quando nos referimos à liderança democrática. A seguir, selecionamos algumas das principais.

Atuar sem superioridade

Na introdução, dissemos sobre equipes cujas lideranças têm menos experiência que o seu time, especialmente voltada aos aspectos técnicos das atividades. Nesse caso, o ideal é adotar um estilo democrático, uma vez que vai ouvir mais as pessoas e contribuir para que elas possam executar as demandas da maneira que considerarem mais importante.

Por essa razão, o primeiro critério a ser considerado é o de trabalhar sem superioridade. A liderança não pode ter uma postura de arrogância e deve ser sempre acessível às possíveis dificuldades apresentadas pelos seus membros.

Fornecer constantes feedbacks

Feedback é o processo no qual uma pessoa contribui para que a outra possa se desenvolver a partir de suas próprias percepções, sejam negativas, sejam positivas. No caso da liderança democrática, há a necessidade de manter uma comunicação clara e eficaz. Porém, o feedback deve ser uma prática implementada em qualquer equipe, uma vez que estimula a alteração de rotas conforme o objetivo do time e da empresa.

Além disso, destaca-se a necessidade de o feedback ser feito em mão dupla. Tanto liderados e lideradas quanto lideranças devem receber e dar feedbacks, conforme a necessidade identificada.

Encorajar a participação

Diferente da liderança autocrática, aqui não há centralização nas tomadas de decisão. Pelo contrário. É papel da gestão encorajar que todos participem no momento de trazer uma opinião importante, de modo que a empresa possa usufruir do potencial de cada pessoa que faz parte da equipe.

Quais boas práticas devem ser consideradas em uma liderança democrática?

Entre as boas práticas de uma liderança democrática, destacamos especialmente:

  • a importância de abrir canais de diálogos e promover a troca de informações entre o time, de modo que haja um debate saudável sobre as tomadas de decisão e que as pessoas tenham segurança psicológica de exporem suas ideias, mesmo quando for em um momento de discordância dos rumos tomados até então;
  • promover o alinhamento dos projetos da equipe com o dos demais times, além de garantir que haja sinergia com os objetivos macro da empresa;
  • focar continuamente na colaboração entre as pessoas, além de promover momentos em que cada um possa compartilhar conhecimentos e informações relacionados ao seu trabalho, entre outros.

Quais os principais benefícios da liderança democrática?

A liderança democrática oferece benefícios tanto para a empresa quanto para liderados e liderados.

Para a empresa, podemos destacar:

  • aumento da produtividade, uma vez que as pessoas serão estimuladas a tomarem decisões e serão envolvidas em aspectos importantes do negócio;
  • maior engajamento, justamente pelo sentimento de pertencimento despertado quando fornece mais autonomia para as pessoas;
  • melhorias para a autogestão, também proporcionadas pela autonomia;
  • maior comprometimento com as entregas, uma vez que as pessoas serão constantemente desafiadas a entregarem resultados mais positivos sem que haja microgerenciamento;
  • maior interação entre lideranças, liderados e lideradas.

Já para as pessoas do time, os benefícios são os seguintes:

  • maior foco e motivação para a execução das atividades, pois vai haver o sentimento de que há confiança no relacionamento firmado;
  • mais participação nas tomadas de decisão, sendo um fator positivo para que as pessoas possam se desenvolver e adquirir mais experiência;
  • maior reconhecimento às atividades desempenhadas, pois os resultados positivos serão fruto do bom trabalho realizado por todo o time;
  • mais oportunidade para que as pessoas assumam desafios.

Quando usar a liderança democrática?

Outro ponto que gera dúvidas no que se refere à liderança democrática é quando utilizá-la. O ideal é que ele seja implementado quando há a necessidade de a equipe ter uma ideia ou chegar a um consenso.

Além disso, devemos destacar que não é comum ou indicado que seja utilizado para pessoas mais inexperientes ou que sejam muito novas na empresa. Afinal, é preciso dedicar mais orientação a esses profissionais. Porém, mesmo nesses casos, recomendamos que esses colaboradores também tenham voz ativa na realidade do negócio.

Como desenvolver a liderança democrática?

Por fim, é importante termos em mente estratégias práticas para desenvolver a liderança democrática. Para isso, o ideal é que envolva a equipe na resolução de problemas e nas tomadas de decisão do negócio, ensinando habilidades necessárias para que as pessoas possam chegar até a esse momento. Também é importante promover melhorias na escuta ativa, bem como nas habilidades de facilitação.

Renata Monteiro, Head de Professional Services na Qulture, destaca ainda uma dica final: "pode parecer super difícil gerenciar opiniões divergentes na sua equipe, uma vez que você dá voz para todo o time. Então: dê o exemplo! Seja aberta e flexível e não envolva sempre toda a equipe em todas as decisões —  isso pode deixar o processo muito lento e fazer vocês “estacionarem” como time.

Neste conteúdo, você pôde entender mais detalhes sobre a liderança democrática, além de conferir como é possível desenvolvê-la. Conforme abordamos, não há o modelo certo de liderança a ser adotado em seu time. O ideal é entender como é a sua equipe e se adequar à cultura da organização, uma vez que esses pontos influenciam bastante para a escolha efetiva.

Ao longo do material, mencionamos sobre escuta ativa. Se você deseja conferir mais informações sobre o tema, continue no blog e acompanhe um outro conteúdo que produzimos!