De acordo com dados da 23ª edição do Índice de Confiança da consultoria Robert Half, todos os 1.161 profissionais entrevistados relataram que, quando insatisfeitos em um emprego, a falta de motivação é o que mais impacta negativamente no cotidiano. Quando em situação oposta (ou seja, com o profissional satisfeito no trabalho), 69% dos profissionais responderam que se sentem assim porque gostam muito da profissão, sendo o principal motivo apontado pela pesquisa. 

É especificamente quando motivados que os profissionais proativos surgem no contexto organizacional; que são aqueles que identificam problemas e os solucionam sem precisar da exigência de outros colaboradores.

A proatividade é uma característica muito buscada no mercado, já que ela demanda que o profissional seja ativo, responsável e identifique oportunidades. Mas como se faz para ser um profissional proativo no trabalho? Confira o artigo que escrevemos a respeito!

O que é proatividade no trabalho?

Vamos pensar em um exemplo prático para ilustrar a situação. João é um gestor de projetos que, no meio do processo, percebe que a sua equipe não conseguirá entregar resultados dentro do prazo por falta de recursos. Nessa situação, João decide intervir na execução do projeto para trazer soluções antes que o projeto falhe.

Primeiro ele realoca recursos de outras tarefas para que a equipe desta tenha todas as ferramentas necessárias para realizar as entregas. Entretanto, pelo prazo ficar apertado para todos os colaboradores, João decide, ainda na realocação de recursos, investir na intervenção imediata e temporária de um especialista, garantindo com que os resultados saiam conforme o esperado e sem gastos extras.

Nesta situação, João foi proativo em mais de uma ocasião. Na primeira intervenção, por mais que o prazo continuasse curto para todos os colaboradores, ele fez algo para mudar o cenário, facilitando a atividade dos seus colaboradores. Como percebeu que essa mudança não foi efetiva, João foi capaz de intervir novamente e, desta vez, realmente alcançou os resultados esperados.

Vale ressaltar que João não precisou da autorização de nenhum superior para realizar tais intervenções; ele simplesmente fez o que julgou ser necessário para aprimorar a situação da sua equipe. Mas o que fez João agir dessa forma?

Inicialmente, a intervenção de João só foi possível porque houve uma oportunidade (que se deu por conta de um fator que não podia ser controlado) de aprimorar a forma com que uma tarefa seria feita. Entretanto, junto a isso, algumas características primordiais fizeram com que o gestor fosse proativo naquele determinado momento. Confira a seguir!

Quais as características de um profissional proativo?

Muito além do exemplo que mencionamos, existem alguns pontos em comum de todo profissional que atua de forma proativa.

1. Antecipação

O profissional proativo se caracteriza, antes de tudo, por ser capaz de exercitar o seu pensamento com foco na antecipação. No caso, o colaborador proativo está sempre atualizado quanto ao cenário em que ele se encontra e já consegue pensar em possíveis alternativas para eventuais problemas.

Como já mencionamos anteriormente, é importante pensar que fatores externos impactam diretamente em como o profissional proativo agirá; isso acontece porque ele depende de, antes de qualquer coisa, perceber oportunidades de atuação.

2. Iniciativa

Um profissional com iniciativa se caracteriza não só por ter uma grande noção teórica de tudo o que acontece ao seu redor, mas também interfere com suporte nas atividades em que ele pode atuar. Essa iniciativa geralmente está associada a uma ação que irá solucionar ou prevenir problemas e demanda do profissional ter uma certa mentalidade empreendedora para realizá-la.

Além disso, o profissional com iniciativa costuma ser criativo e capaz de pensar fora da caixa para atuar, já que ele gera ideias inovadoras e práticas para problemas complexos. Outro ponto de destaque é a autonomia deste profissional, que é capaz de trabalhar de forma independente e com foco nos resultados.

3. Autonomia

É importante que o profissional proativo seja independente e não fique preso à forma padronizada de solucionar problemas, agindo por conta própria sempre que identificar uma brecha em que possa atuar. 

Autonomia demanda quase que necessariamente que o profissional esteja alinhado às outras pessoas colaboradoras com frequência. Neste caso, é importante obter diferentes perspectivas e opiniões para ajudar a tomar decisões sem a necessidade de ficar validando intervenções com outras pessoas.

4. Adaptabilidade

Por último, mas não menos importante, é importante que o profissional proativo seja adaptável para os mais diversos tipos de situações; afinal de contas, ele terá que trabalhar com os mais diversos tipos de confrontos. 

Neste contexto, é importante que o profissional seja flexível e se adapte o mais rapidamente possível para os mais diversos tipos de desafios que aparecem à sua frente.

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Quais os limites da proatividade?

É fato que a proatividade é uma habilidade muito almejada no ambiente organizacional. Entretanto, assim como qualquer outra skill, é importante determinar os limites da proatividade, já que ela pode desencadear diversas situações adversas. Confira 4 pontos de atenção com relação ao assunto!

1. Não ultrapasse sua autoridade

Por mais que a proatividade seja até encorajada por lideranças, isso não significa que todas as decisões devem partir do que um único colaborador pensar, como ele bem entender. Portanto, profissionais proativos devem respeitar as suas autoridades, buscando orientação e aprovação dos líderes antes de tomar qualquer decisão importante.

2. Não ignore a colaboração

Esse ponto é bastante semelhante com o anterior, entretanto diz respeito à colaboração de qualquer nível de colaborador, incluindo pares e níveis abaixo. O trabalho em equipe é fundamental para desenvolver trabalhos eficazes, já que eles têm o objetivo de utilizar da melhor forma os pontos fortes de cada colaborador para a realização de projetos mais complexos.

3. Evite assumir muitas tarefas

Até mesmo para manter a saúde mental em dia, é importante não assumir diversas tarefas para não se sobrecarregar com muitas demandas. Além disso, não se deve assumir a responsabilidade de tarefas que estão fora do seu escopo, já que os times responsáveis estarão atentos a isso.

4. Busque ser proativo quando necessário

Busque ser proativo somente nos momentos em que realmente precise agir com proatividade, já que fazê-lo por fazer (com foco exclusivo em reconhecimento) pode desencadear em desgaste, atraso de outras atividades e até mesmo antipatia de outras pessoas colaboradoras.

Como desenvolver a proatividade no ambiente de trabalho?

Até mesmo por parte do RH, existem alguns passos fundamentais para estimular a proatividade dos colaboradores no ambiente de trabalho. Confira algumas dicas para estimular esse tipo de comportamento na sua organização!

1. Incentive a participação dos colaboradores

Antes de tudo, os colaboradores precisam entender claramente que não existe nenhum problema ao tomarem iniciativas proativas em determinadas situações. Para isso, é importante deixar claro os limites de até que ponto podem agir sem que isso afete o trabalho de outros membros da equipe e até mesmo de suas próprias tarefas. Com autonomia, os profissionais se sentirão cada vez mais motivados a agirem com proatividade.

2. Capacite e treine os colaboradores

Por vezes, os profissionais precisam de intervenção de suas lideranças para que possam otimizar os seus trabalhos e poderem, de fato, atuarem com mais autonomia. Isso pode significar tanto o domínio de determinada ferramenta quanto o desenvolvimento de soft skills via cursos, por exemplo.

3. Ajude o profissional a conhecer os seus pontos fortes e fracos

Isso ajuda o profissional a entender melhor como ele pode aprimorar as suas habilidades e atuar com excelência nas tarefas em que ele pode vir a ser mais proativo. Neste caso, é válido reforçar práticas como one-on-ones para entender melhor como o colaborador trabalha e até desenvolver um PDI, caso necessário.

4. Valorize os avanços

Reconheça publicamente os esforços e as conquistas de colaboradores que realizaram tarefas de forma proativa, dando destaque para a cultura de feedback e de reconhecimento. Isso permite com que os profissionais se mantenham cada vez mais instigados a realizar o seu trabalho de forma proativa.

5. Não se esqueça da cultura organizacional

A colaboração para atos proativos só acontece caso a organização esteja aberta para desenvolver uma cultura que apoie o colaborador. Portanto, é de extrema importância que a empresa estimule a participação ativa dos profissionais em projetos e iniciativas, garantindo que o ambiente seja acolhedor para novas visões e novas formas de solucionar problemas.

Neste conteúdo, trouxemos a importância de se desenvolver a proatividade nos profissionais enquanto estão no ambiente organizacional, já que realizar tarefas dessa maneira pode otimizar tarefas e trazer resultados positivos de forma geral. Entretanto, ressaltamos que proatividade tem limite, já que, embora seja uma característica muito admirada no mercado, seu excesso causa impactos negativos como sobrecarga e até mesmo conflito entre colaboradores.

Gostou do conteúdo? Confira também o material que criamos sobre autoliderança!